Na pesquisa dos primórdios da exibição de cinema em Fortaleza um dos achados foi a descoberta da forte presença dos filmes realizado em Copenhague, pela Nordisk Film Kompagni. Seus artistas, com destaque para Asta Nielsen e Valdemar Psilander, eram populares e queridos do público brasileiro.
Não encontrando fontes nacionais que ajudassem a identificar o grande número de filmes dinamarqueses, escrevi para o Det Damske Filmuseum e mereci a atenção do diretor Ib Monty, que me indicou caminhos para aquisição do material desejado.
O primeiro passo foi adquirir os 5 volumes do “Registrat over dansk film 1896-1930”, de Marguerite Engberg (foto). A operação não seria difícil porque respondeu-me logo Lars Mandøe, da Arnold Busck Antikvariat, não fossem as grandes limitações impostas aos brasileiros nos anos iniciais da década de 90. A Internet ainda não era disponível, não havia ainda no Brasil o cartão de crédito internacional, era proibido a aquisição de produtos no exterior salvo com licenças de importação...
E como pagar as 1.200 Kroner, mil e duzentas coroas dinamarquesas para adquirir os livros? Descobri então que na Universidade Federal do Ceará encontrava-se um médico dinamarquês que retornaria ao seu país no dia seguinte. Na mesma noite, localizei-o preparando as bagagens, e expus porque precisava comprar os livros solicitando-lhe levar os dólares correspondentes. Foi esse o primeiro contato com o jovem médico Allan Andersson, que se dispôs a fazer essa gentileza a um estranho...
No ano seguinte, em viagem com minha esposa Thelma e filha Cristina, visitando Copenhague pela primeira vez, localizei Allan por telefone. Prontamente, ele foi ao nosso hotel (momento da foto ao meu lado), e redobrou as gentilezas. Sabendo que tinha uma luxação no pé direito, foi a uma farmácia e providenciou um atendimento de urgência, prestado por ele mesmo. Enfaixou o pé, dando-me a orientação de como agir até o retorno ao Brasil. Num gesto de extrema cordialidade, alterou sua rotina para levar-nos a um roteiro turístico pela bela capital dinamarquesa. Fomos ver a Pequena Sereia - icone da cidade, percorremos o dinâmico centro em torno da Radhuspladsen (Praça da Prefeitura), visitamos o Castelo Rosenborg – construído por Christian IV - com exposição das jóias da coroa real, enfim a beleza e a diversão do Tivoli Park... Um dia inesquecível. Ao amigo dinamarquês Allan Andersson o nosso agradecimento.
Mas, a aventura dinamarquesa não termina por aí. Tempos depois solicitamos de Ib Monty selecionadas fotos de filmes da Nordisk que inauguraram cinemas em Fortaleza. Fomos prontamente atendidos, mas tínhamos 550 kroners a pagar. Buscamos o setor de câmbio do Banespa que nos orientou contato direto com o Banco Central, porque fotografias estavam classificadas como produto sujeito a licença de importação. Mais preocupações de como pagar as fotos. A ajuda veio através do companheiro do Conselho Estadual de Cultural, médico e escritor Vinícius Barros Leal, que facilitou contato com o procurador do Banco Central, de quem recebi todo apoio. Acompanhado por ele providenciamos a transferência de pagamento (boleto na foto), tendo assinado no verso: “Declaro, sob as penas da lei, que a remessa de que trata o presente boleto destina-se a pagamento de pequenas despesas com fotografia, assumindo total responsabilidade quanto à legitimidade da operação... “
Sacrifícios que valeram pelos bons resultados, como pela descoberta de novos amigos.
E com a compra de mais alguns livros e um bom dicionário Dinamarquês-Inglês e muito trabalho, conseguimos o nosso objetivo. O catálogo completo dos admiráveis filmes da Nordisk – com seus títulos originais e ficha técnica – exibidos no Brasil. Uma futura contribuição à memória do cinema...
Não encontrando fontes nacionais que ajudassem a identificar o grande número de filmes dinamarqueses, escrevi para o Det Damske Filmuseum e mereci a atenção do diretor Ib Monty, que me indicou caminhos para aquisição do material desejado.
O primeiro passo foi adquirir os 5 volumes do “Registrat over dansk film 1896-1930”, de Marguerite Engberg (foto). A operação não seria difícil porque respondeu-me logo Lars Mandøe, da Arnold Busck Antikvariat, não fossem as grandes limitações impostas aos brasileiros nos anos iniciais da década de 90. A Internet ainda não era disponível, não havia ainda no Brasil o cartão de crédito internacional, era proibido a aquisição de produtos no exterior salvo com licenças de importação...
E como pagar as 1.200 Kroner, mil e duzentas coroas dinamarquesas para adquirir os livros? Descobri então que na Universidade Federal do Ceará encontrava-se um médico dinamarquês que retornaria ao seu país no dia seguinte. Na mesma noite, localizei-o preparando as bagagens, e expus porque precisava comprar os livros solicitando-lhe levar os dólares correspondentes. Foi esse o primeiro contato com o jovem médico Allan Andersson, que se dispôs a fazer essa gentileza a um estranho...
No ano seguinte, em viagem com minha esposa Thelma e filha Cristina, visitando Copenhague pela primeira vez, localizei Allan por telefone. Prontamente, ele foi ao nosso hotel (momento da foto ao meu lado), e redobrou as gentilezas. Sabendo que tinha uma luxação no pé direito, foi a uma farmácia e providenciou um atendimento de urgência, prestado por ele mesmo. Enfaixou o pé, dando-me a orientação de como agir até o retorno ao Brasil. Num gesto de extrema cordialidade, alterou sua rotina para levar-nos a um roteiro turístico pela bela capital dinamarquesa. Fomos ver a Pequena Sereia - icone da cidade, percorremos o dinâmico centro em torno da Radhuspladsen (Praça da Prefeitura), visitamos o Castelo Rosenborg – construído por Christian IV - com exposição das jóias da coroa real, enfim a beleza e a diversão do Tivoli Park... Um dia inesquecível. Ao amigo dinamarquês Allan Andersson o nosso agradecimento.
Mas, a aventura dinamarquesa não termina por aí. Tempos depois solicitamos de Ib Monty selecionadas fotos de filmes da Nordisk que inauguraram cinemas em Fortaleza. Fomos prontamente atendidos, mas tínhamos 550 kroners a pagar. Buscamos o setor de câmbio do Banespa que nos orientou contato direto com o Banco Central, porque fotografias estavam classificadas como produto sujeito a licença de importação. Mais preocupações de como pagar as fotos. A ajuda veio através do companheiro do Conselho Estadual de Cultural, médico e escritor Vinícius Barros Leal, que facilitou contato com o procurador do Banco Central, de quem recebi todo apoio. Acompanhado por ele providenciamos a transferência de pagamento (boleto na foto), tendo assinado no verso: “Declaro, sob as penas da lei, que a remessa de que trata o presente boleto destina-se a pagamento de pequenas despesas com fotografia, assumindo total responsabilidade quanto à legitimidade da operação... “
Sacrifícios que valeram pelos bons resultados, como pela descoberta de novos amigos.
E com a compra de mais alguns livros e um bom dicionário Dinamarquês-Inglês e muito trabalho, conseguimos o nosso objetivo. O catálogo completo dos admiráveis filmes da Nordisk – com seus títulos originais e ficha técnica – exibidos no Brasil. Uma futura contribuição à memória do cinema...
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